Por que você viaja?
Muita gente, quando viaja, não consegue se desligar da sua vida cotidiana. Leva uma miniatura da casa no porta-malas: a televisão que sempre o impede de conversar, o notebook que o acorrenta ao trabalho, palavras cruzadas para matar o tempo (não entendo porque matar algo tão precioso), um isopor cheio da mesma comida que sempre come. Os sapatos de salto alto que machucam os pés no trabalho, de segunda a sexta, estão lá, nas férias, também machucando.
Então... Qual é o sentido da viagem? Só mudar o lugar e repetir todo o resto?
Deixe em casa a TV. Você vai ficar impressionado ao perceber, quando voltar da viagem, que o mundo não mudou tanto assim na sua ausência. Deixe as discussões, as frases sempre repetidas, deixe os conceitos ultrapassados pendurados no varal tomando um sol. Deixe para se preocupar com o trabalho só na volta. Aliás, mesmo quando voltar, se preocupe menos com o trabalho e mais com o planejamento da sua próxima viagem.
Procure o diferente em cada lugar que visitar. Experimente cores, cheiros, sabores, ideias diferentes. Ouse um “Oi, vizinho” para a barraca ao lado, correndo o risco de fazer um amigo ou, pelo menos, ter uma conversa diferente daqueles mesmos assuntos conversados com as mesmas pessoas de todo dia. Você vai descobrir que o mundo é muito maior que o seu mundinho. E sabe a melhor parte? Quando o mundo fica maior, seus problemas ficam menores.
Foto: Novos sabores experimentados em um mercadinho de Paraty.