17 de maio de 2011

Válvula de escape

Já que a vida anda difícil e as loucuras estão tomando vulto,
o jeito é transformar o absurdo em arte.
Muito pretensiosamente, apresento-vos...

Revista Vixe


É o que tem pra hoje.

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28 de agosto de 2010

Parar um pouquinho

Por que você trabalha? Para ganhar dinheiro, claro. E para que você usa o dinheiro? Para comprar coisas. E para que servem as coisas?

Procure lembrar-se do seu primeiro emprego. Quanto você ganhava? E hoje? Ganha mais, não é? Ah, então, hoje, você, certamente, é mais feliz.

É?

A impressão que eu tenho é que trabalhamos muito para comprar, por exemplo, uma casa. Depois de comprar uma casa, compramos coisas para colocar dentro dessa casa. Daí trabalhamos mais e mais para comprar muitas coisas bonitas... Até porque, depois de trabalhar tanto, “eu mereço” comprar isso e aquilo. O problema é que, depois de comprar tantas coisas que queremos e precisamos (precisamos?), acabamos tendo que trabalhar mais para comprar uma casa maior para guardar as coisas que já não cabem na primeira casa. E daí toca a trabalhar para encher a nova casa com mais coisas bonitas.

Dedique-se à sua carreira, mas não a ponto de não poder dedicar-se à sua vida. Quando perguntarem o que você faz da vida, não responda o que você faz no seu trabalho. Diga que faz tricô, aula de spinning, trilha, fotografia, reiki... Agora, se só o que você faz é trabalhar, ver televisão e entupir-se de comida e bebida para ter a impressão de que sua vida vale a pena, não vai ter o que responder mesmo.

Quem sabe seja a hora de matricular-se naquele curso de teatro. Ou de seja-lá-o-que-você-goste. O importante é gostar de alguma coisa e deixar que ela transforme sua vida. “Não tenho tempo”. É, eu sei, arrumar tempo para si é difícil; o interessante é que tempo para fazer hora extra a gente sempre arruma.

Bom, essa semana eu parei 15 minutos depois do almoço, deitei na grama embaixo de uma árvore e me permiti apenas observar. Sem pensar em nada. Foi fantástico porque não precisei preencher o resto do dia com televisão, comida, bebida, consumo; enfim, essa pausa me alimentou de algo que não tem para vender no mercado. Quer saber o que é isso que não tem preço? Deite-se na grama depois do almoço e descubra. E não adianta levar o MasterCard porque é totalmente grátis...

15 de maio de 2010

Tomar Chuva

Já tomou um banho de chuva? Daqueles de lavar a alma? Não? Ah... Então deve ser por isso que, quando você está andando na rua e começa a chover, você faz uma cara feia e sai correndo com os ombros encolhidos. Já parou para pensar que, com a cara franzida ou com um belo sorriso, você se molha do mesmo jeito?

Experimente a sensação de abrir os braços e meter um sorrisão na cara toda vez que começar a chover. Ter a sensação de estar em uma cachoeira bem no meio do seu dia de trabalho é simplesmente demais.

Agora, quando começa a cair aquela puta chuva de verão... Não tem coisa melhor que sair correndo pela rua, pular em poça d’água, chutar a enxurrada. Voltar para casa encharcado e ofegante. Se no meio disso tudo rolar um beijo de chuva daquele amor inesquecível, melhor ainda. Melhor ainda se esse amor for para toda a vida.

Mas aprender a sorrir para a chuva é um bom começo. Ela cai para todos. Mas só lava a alma de quem a deixa aberta.

Ah, e ficar abraçadinho na barraca enquanto a chuva malha lá fora, é melhor que batatinha frita com sorvete.

Foto: Depois da chuva, em São Luiz do Paraitinga.


Música para banho de chuva: Depois da chuva, do Karnak

Depois da chuva
(André Abujamra / Lulu Camargo)

Depois da chuva eu vou te telegrafar
Um telegrama molhado, um telegrama de mar
Depois da chuva eu vou envelhecer
Uns 3000 quilômetros antes do amanhecer

Depois da chuva eu vou beber
De todas as fontes que o mundo pode ter
Depois da chuva eu vou soltar
Um casal de cada bicho, dois papagaios, dois tamanduás

Depois da chuva eu vou secar
Depois da chuva eu vou me reorganizar
Depois da chuva eu vou parar pra pensar
Depois da chuva vou comer minhas uvas

6 de abril de 2010

Feriadão sem viajar... Hora de colocar a tralha de camping em dia.

Pois é... Nessa semana santa não rolou uma estrada... Ficamos no feriado pintando paredes e fazendo faxina. É a vida, mas foi bom também para - no meio do processo - dar uma geral na tralha que estamos juntando para montar o nosso complexo-habitacional-resort-campístico... Que já inclui uma barraca totalmente style, um colchão inflável, uma bomba, um cooler, 4 isopores, extensões, lanternas, duas cadeiras de praia, um mini-guarda-sol, um snorkel, um kit frescobol, um mini-fogão (que nunca foi usado, tadinho) uma (finada) churrasqueira e uma piscina 500 litros. Muito embora ainda não tenha rolado aquela coragem de montar a piscina bem no meio do camping.

Muitos sites e blogs dão dicas de como cuidar do equipamento de camping. Esqueça todas elas. Você NÃO VAI limpar a barraca com pano úmido lá no camping e (de novo) assim que chegar em casa. Bem, você pode até conseguir fazer isso além de lavar snorkel, raquetes, churrasqueira, o carro, toda a roupa, a casa que ficou pegando pó durante a viagem, a prancha, as esteiras, guarda-sóis, cadeiras, coolers... Tudo com água doce e pano úmido, sem abrasivos ou, no máximo, sabão neutro. Ah-ham... Dá licença, viu...

Nesse momento, vou solenemente apresentar-vos a verdade nunca dantes revelada: o passo-a-passo para cuidar do seu equipamento de campismo. Prepare o Ctrl+C Crtl+V...
E tcha-raaaaammmm!!

1o passo - A COMPRA: Compre tudo do mais porcaria possível. Assim você não fica com dor na consciência quando mofarem, enferrujarem, forem esquecidos na viagem, emprestados e nunca mais devolvidos etc.
Observação: A barraca (sua casa) deve ser a mais fodástica possível. Nada de barraca baratinha nem apertadinha; essa você compra quando ainda não sabe se vai gostar de acampar, vai, adora a vida de barraqueiro, e passa anos tentando se livrar daquele buraquinho xexelento para duas pessoas que você comprou. Vamos fazer o seguinte: pára de ser pão-duro e compra logo uma bem confortável para seis pessoas. Só vão caber duas; em caso de pessoas que se amam muuuuito, três.

2o passo - ANTES: Confira se tudo está funcionando antes de viajar. Porque, acredite-me, você não vai querer rodar a cidade atrás de pilha para lanterna às 23h do sábado. Nem chegar na praia deserta - sem quisosque - e descorir que faltam três pernas do guarda-sol. Nem vamos comentar sobre o cooler, porque a única vantagem da cerveja quente... é que ela não esquenta mais.

3o passo - DURANTE: Curta muito a viagem, sem se preocupar em lavar e conservar o equipamento. Aprofundaremos a discussão sobre esse item mais tarde. A única regra necessária é "nunca entrarás de sapato ou pés sujos na barraca, sob pena de despertar a ira dos deuses, ou de despertar, você, com a bunda cheia de areia". Dar uma boa chacoalhada na barraca para tirar a terra é uma boa também.
O mais importante: aproveite a viagem.

4o passo - DEPOIS: Quando voltar, concentre-se em descansar e organizar as fotos. Tire a areia das coisas e arrume um canto da casa para jogá-las. Se tiver um espaço com sol, largue tudo lá por uma semana e só tire em caso de chuva, porque ela é malvada e gosta de enferrujar as suas coisas.
Eu achei um espaço ótimo atrás do sofá para jogar tudo; só não é muito legal se estiverem molhadas, porque vai mofar o equipamento, o sofá, a parede e a relação com seu vizinho.
Resumindo: Uma bela surra para retirar a areia, uma esguichada se você tiver espaço, e sol, muito sol. Ele é nosso amigão e arqui-inimigo do mofo e da ferrugem.
Ah, mande o carro para lavagem completa completa completíssima. Carro é caro e dá um trabalho dos infernos quando estraga.

5o passo: DEPOIS DO DEPOIS: Na preparação para a próxima viagem, jogue fora o guarda-sol enferrujado (tudo bem, só custou R$13, 90 no Carrefour). Dê muita risada sobre esse fato, tome uma cerveja e vá ao supermercado com seus amigos comprar outro. E NUNCA MAIS brigue com seu namorado(a)/marido(a)/amigos porque eles "nunca se preocupam em arrumar as coisas num limpar direito". Eles que estão certos, aposto que se divertem muito mais que você.

IMPORTANTE!
1. Não pegue nada emprestado. Existe uma lei científica que diz que, quanto mais cara e menos sua for uma coisa, maior é a probabilidade de ela ser quebrada/perdida/roubada durante a viagem.
2. Não tenha nojo de mofo. Depois de uma boa lavada na máquina de lavar no ciclo de água quente, só ficam umas inocentes manchinhas. Se você der sorte, ficam umas manchas cor-de-rosa funguentas muito legais.
3. Cuide do que você realmente não quer que estrague. Não vai estragar sua vida cuidando de uma cadeira de praia de R$40,00. A menos que sua vida valha R$40,00.

Por enquanto é só, amiguinhos!

Feriado chuvoso dá nisso...

22 de março de 2010

A única constante é a mudança

Hoje encontrei, por acaso, um texto que, lido há um tempo, me fez refletir sobre algumas mudanças necessárias na minha vida (foi quando eu fiz meu primeiro camping). Lendo-o de novo, acho que preciso mudar de novo. Até porque a mudança, depois de um tempo, vira rotina e precisa ser mudada novamente.


A interpretação de Antônio Abujamra para esse poema é inspiradora e provocante.
http://www.youtube.com/watch?v=Kz7fdeMME4A

Ah, a foto sou eu no maravilhoso mar de Paraty.

Mude
Edson Marques (a citação final é de Clarice Lspector)

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais
importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com atenção os lugares por
onde você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente
na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos
passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão
esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv, compre outros jornais...
Leia outros livros, viva outros romances.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.

Coma um pouco menos,
Escolha comidas diferentes,
Novos temperos, novas cores,
Novas delícias.

Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor,
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos, tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
Outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.

Troque de bolsa, de carteira, de malas,
troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabelereiros,
outros teatros, visite novos museus.

Mude.
Lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um
outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno,
mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas
não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento,
o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!

"Repito por pura alegria de viver:
A salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena!!!"

14 de março de 2010

Eliminado da semana? Sei lá, na minha barraca não tem televisão!

Por que você viaja?

Muita gente, quando viaja, não consegue se desligar da sua vida cotidiana. Leva uma miniatura da casa no porta-malas: a televisão que sempre o impede de conversar, o notebook que o acorrenta ao trabalho, palavras cruzadas para matar o tempo (não entendo porque matar algo tão precioso), um isopor cheio da mesma comida que sempre come. Os sapatos de salto alto que machucam os pés no trabalho, de segunda a sexta, estão lá, nas férias, também machucando.
Então... Qual é o sentido da viagem? Só mudar o lugar e repetir todo o resto?
Deixe em casa a TV. Você vai ficar impressionado ao perceber, quando voltar da viagem, que o mundo não mudou tanto assim na sua ausência. Deixe as discussões, as frases sempre repetidas, deixe os conceitos ultrapassados pendurados no varal tomando um sol. Deixe para se preocupar com o trabalho só na volta. Aliás, mesmo quando voltar, se preocupe menos com o trabalho e mais com o planejamento da sua próxima viagem.

Procure o diferente em cada lugar que visitar. Experimente cores, cheiros, sabores, ideias diferentes. Ouse um “Oi, vizinho” para a barraca ao lado, correndo o risco de fazer um amigo ou, pelo menos, ter uma conversa diferente daqueles mesmos assuntos conversados com as mesmas pessoas de todo dia. Você vai descobrir que o mundo é muito maior que o seu mundinho. E sabe a melhor parte? Quando o mundo fica maior, seus problemas ficam menores.

Foto: Novos sabores experimentados em um mercadinho de Paraty.

10 de março de 2010

Em Construção!

Calma povo!
É o meu primeiro blog.
Com o tempo a gente embala.